Lembrem-se dos que estão sendo maltratados, como se vocês mesmos estivessem sendo maltratados


Conforme a guerra entre Israel e o Hamas continua a devastar a Faixa de Gaza, nossos irmãos e irmãs israelenses e palestinos clamam para que o mundo preste atenção à situação que estão vivendo. De modo especial, cristãos nos Territórios Palestinos clamam para que o mundo, inclusive a igreja global, lembre deles. A palavra diz que somos unidos ao povo de Deus em Israel, Faixa de Gaza e Cisjordânia, como “um só corpo e um só Espírito, assim como a esperança para a qual vocês foram chamados é uma só” (Efésios 4.4). 

Parceiros da Portas Abertas na região dizem que os cristãos palestinos se sentem encurralados entre sua identidade como árabes e sua fé cristã. Eles sentem que o Ocidente os trata com suspeita porque eles são palestinos; e alguns palestinos desconfiam deles por seguirem a Jesus. Judeus messiânicos sentem o mesmo: eles dizem que são vistos como traidores do judaísmo e vistos com desconfiança pelos vizinhos por serem israelenses. 

A Portas Abertas não é contra nenhuma nacionalidade, governo ou religião. Somos pró-Jesus Cristo. Isso significa que buscamos agir em humildade sacrificial pelo objetivo da reconciliação – permanecendo fiéis ao nosso chamado de “fortalecer o que resta e que estava para morrer” (Apocalipse 3.2). É por isso que a Portas Abertas trabalha na Terra Santa há décadas, ajudando nossos parceiros e igrejas locais a enfrentarem a pressão e a perseguição. Como outros cristãos no mundo todo, estamos chocados e aterrorizados com os ataques brutais do Hamas a Israel. Nós condenamos essa violência. 

Um dos bombardeios causou a morte de 18 cristãos em Gaza 

Estamos preocupados com a guerra em curso e seus impactos na população civil. É claro que civis estão sendo feridos e mortos pelos ataques extremistas do Hamas e pela campanha contínua de bombardeios de Israel. Estamos preocupados, principalmente, com os 1.070 cristãos em Gaza e os mais de 45 mil cristãos na Cisjordânia, cristãos árabes e judeus messiânicos em Israel. 

O fundador da Portas Abertas, Irmão André, não simplesmente acreditava na necessidade de se posicionar ao lado de cristãos israelenses e palestinos, ele demonstrou isso ao viajar várias vezes para a região, criando relacionamentos profundos com cristãos palestinos, tanto em Gaza como na Cisjordânia, judeus messiânicos e cristãos árabes em Israel. 


Irmão André e Al-Shami, então líder da Jihad Islâmica 

O Irmão André chocou o mundo ao se encontrar com líderes do Hamas e da Jihad Islâmica. Ele não o fez para legitimar esses grupos, mas porque ele acreditava que eles precisavam conhecer Jesus acima de tudo. Sempre que podia, o Irmão André aproveitava a oportunidade de falar com eles sobre o poder do evangelho para mudar sua vida. 

As palavras do Irmão André em seu livro Força da Luz (escrito com Al Janssen) parecem proféticas para o tempo atual. “O conflito sem fim me deixou angustiado, mas o que doeu ainda mais foi saber que meus irmãos e irmãs foram pegos no meio dos combates. Crentes em Jesus viviam em Israel, Cisjordânia e Gaza. [...] Eu estava convencido de que havia alguma contribuição que a comunidade cristã poderia fazer. Talvez apenas ser uma luz”.  

A Portas Abertas está convencida de que é tempo, mais uma vez, de a igreja global responder ao chamado de Deus de ser luz na escuridão do atual conflito. E convidamos você a se envolver. 

Primeiro, para ouvir a voz de nossos irmãos e irmãos na região. 

Segundo, para orar com e por eles. 

Terceiro, para buscar a unidade da igreja. 

1. Ouça 


A Portas Abertas convoca a igreja em todo o mundo para ouvir a voz e o testemunho das comunidades cristãs israelense e palestina. Estamos muito preocupados com sua vulnerabilidade devido à marginalização que enfrentam por causa da fé, que agora foi agravada pela crise atual. Conforme o mundo toma partidos no conflito, pode ser difícil ouvir a voz dos cristãos na região – mas nossa fé nos diz que precisamos fazê-lo porque somos ordenados a amar nossos irmãos e irmãs. “Ele nos deu este mandamento: Quem ama a Deus, ame também seu irmão” (1João 4.21). 

Tememos que a pressão contínua sobre os palestinos ameace o testemunho cristão na Terra Santa. “Estamos todos chocados após ver tudo o que está na TV e redes sociais. Estou em comunicação diária com nossos irmãos e irmãs que se abrigaram nas duas igrejas na cidade de Gaza. Eles estão aterrorizados e um deles me disse: nós sentimos o cheiro da morte”. 


O cristão Saed e o filho fazem parte da igreja que precisa ser ouvida na Terra Santa 

O pastor Evan Thomas, um judeu messiânico que serve na região central de Israel, diz: “Todo mundo em Israel conhece alguém que conhece uma pessoa ou alguma família cujos membros foram assassinados, gravemente feridos ou sequestrados. Somos uma nação em choque e luto e profundamente preocupados pelo fato de nosso governo e forças armadas terem falhado em impedir que isso acontecesse”. Ele acrescenta: “Estamos em contato e unidade com comunidades cristãs árabes e regularmente em oração juntos; trocamos encorajamento entre nós nesse luto mútuo.” 

Jack Sara, presidente do seminário Bethlehem Bible College, em entrevista a um veículo de mídia cristão holandês, disse: “O sentimento que temos é de que o mundo cristão nos abandonou. Muito poucos estão orando igualmente por palestinos e israelenses. Temos o sentimento de que cristãos palestinos não são importantes, sentimo-nos [como se fôssemos vistos como um] incômodo. Aqui, nós pensamos em uma única igreja, não pensamos em dois povos de Deus. Mas isso é usado contra nós, como sendo anti-Israel ou mesmo antissemitas. O que precisamos dos cristãos de todo o mundo é uma mensagem de encorajamento. Estamos muito desanimados com toda essa situação. Estamos aqui e vamos continuar porque acreditamos que Deus nos chama para nosso povo, os palestinos. Eu digo: Ame Israel e seus vizinhos, incluindo os palestinos.” 

Essa postura de unidade dirige nossas ações. E deve nos levar primeiro a nos colocar de joelhos em oração. 

2. Ore 


Um dos valores centrais da Portas Abertas é que “somos pessoas de oração”. Portanto, nos colocamos ao lado dos cristãos no Oriente Médio e convocamos os cristãos em todo o mundo a orar por paz na região. Um cristão (cujo nome é omitido por segurança), que é parte de um movimento de cristãos de origem muçulmana na região, compartilha: 

Estamos vendo nossa região pegar fogo e [tem estado] fervendo por muitos anos. Em tempo de guerra, ninguém será vencedor. Todos os lados perderão. Isso é o que Jesus Cristo nos disse: para orar pela paz e shalom de Jerusalém. E shalom, de acordo com a Bíblia, não é somente a ausência de guerra ou ausência de problemas, mas significa a segurança que Deus dá à nossa vida. 

Nossa oração é que Deus traga sua paz à região. Nosso coração está com as muitas famílias judias que perderam entes queridos ou estão lamentando por seus filhos, esposas e maridos [que foram sequestrados] e aqueles que estão traumatizados por esses terríveis ataques. Mas nosso coração também está com as pessoas inocentes que vivem em Gaza, homens, mulheres e crianças que não são parte dessa guerra. Oramos para que o Senhor tenha misericórdia deles. 

Vamos nos unir para orar por paz em Jerusalém, paz em Israel, paz para o povo na Cisjordânia, paz para o povo em Gaza, paz para o povo no Líbano, Síria e Iraque, em nome de Jesus. 

A Portas Abertas ecoa o chamado desse cristão e ora contra os esquemas de Satanás que tentam dividir e fomentar a violência nesse conflito.  

Como igreja global precisamos nos unir em oração 

Una-se a nós e aos cristãos na Terra Santa ao orarmos para que o caminho de Jesus seja visto como a resposta para esse conflito. “Na cruz Jesus venceu não com armas, não com poder político, não por grandes meios, nem se impondo”, escreveu o líder cristão Pizzaballa, de Jerusalém. “A paz da qual Jesus fala não tem nada a ver com vitória sobre os outros. Ele venceu o mundo amando-o. É verdade que uma nova realidade e uma nova ordem começou na cruz. A ordem e a realidade daquele que entrega sua vida por amor. Com a ressurreição e o dom do Espírito, essa realidade e essa ordem pertencem aos discípulos, a nós. A resposta de Deus à pergunta sobre por que os justos sofrem não é uma explicação, mas uma presença – é Cristo na cruz. É nisso que firmamos nossa fé hoje”, explica. 

Junte-se a nós para orar por sabedoria para os líderes internacionais, inclusive os de Israel, Gaza e Cisjordânia. Peça que Deus amoleça o coração deles, trazendo a paz que somente ele pode oferecer. Finalmente, ore por um cessar-fogo e que aqueles que buscam destruir sejam frustrados e seu coração seja mudado. 

Quando fazemos essas orações ousadas, fazemos algo muito maior que uma ação política ou protesto. Começamos a ver que, em Jesus, estamos unidos aos nossos irmãos e irmãs, que somos todos membros do mesmo corpo de Cristo. 

3. Busque a unidade da igreja 


A Portas Abertas ecoa o chamado dos cristãos no Oriente Médio para a unidade – que vejamos uma igreja ao invés de um corpo dividido. Em um sermão recente, um pastor no Egito (que faz fronteira com Gaza) fez um apelo apaixonado por unidade: “Nossos vizinhos estão em severa crise. No Novo Testamento, encontramos que Deus ama todas as nações igualmente, judeus e gentios, escravos e senhores, pobres e ricos; em Cristo, não há homem ou mulher, judeu ou grego, ele ama a todos igualmente. Ele ama os que creem nele, seus filhos, e também os que não creem nele. Ele os ama e morreu por eles”. 

“E nas nossas fronteiras, há uma guerra entre duas nações, entre duas religiões. Uma delas tem um apoio enorme e a outra é fraca; a linguagem usada é a linguagem do sangue, das balas, bombas e destruição. Sangue está fluindo nessas terras e Deus vê isso com grande tristeza. Cada vida que é tirada em ambos os lados fere o coração de Deus porque ele ama os dois lados igualmente”, conclui o pastor.  


Igreja Messiânica em Israel

A Portas Abertas acredita que a igreja é um corpo: “Assim também em Cristo nós, que somos muitos, formamos um corpo, e cada membro está ligado a todos os outros” (Romanos 12.5). Quando uma parte sofre, todas sofrem com ela (1Coríntios 12.26). Portanto, quando a equipe de parceiros locais da Portas Abertas tem dificuldade para servir os cristãos na região, somos levados a sustentá-los em oração, sabendo que nossas orações os fortalecerão e encorajarão. 

O Irmão André nunca se esquivou de falar contra a injustiça, mesmo em situações complicadas. No livro Força da Luz, ele escreve sobre sua reação ao ver bombardeios suicidas no Oriente Médio: “Quem estava indo até os terroristas? Alguém estava preparado para confrontá-los e dar-lhes uma razão para viver que fosse maior que sua motivação para morrer? Como eles saberão sobre o Príncipe da Paz se ninguém for e falar para eles? 

Esse tipo de fé radical é o que buscamos imitar. 

Como Portas Abertas, amamos os seguidores de Jesus de todos os lados, e amamos as pessoas por serem feitas à imagem de Deus, não importando sua identidade nacional, religiosa ou étnica. Jesus morreu por sua noiva, que é uma igreja, um corpo. Nós apoiamos e oramos com e por seguidores de Cristo – cristãos árabes e palestinos, judeus messiânicos – porque acreditamos fortemente que Deus tem sua igreja lá para expandir o evangelho por meio de seu povo, para mostrar a muçulmanos e judeus o amor e a esperança de Jesus, e para oferecer seu amor e perdão, sua justiça e reconciliação. Nós convocamos a igreja em todo o mundo a despertar e se unir a nós conforme ouvimos, oramos e buscamos unidade.

Por Portas Abertas.

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